...Lorena já não tinha mais os pais nem sua casa, e todo o peso do mundo pressionava seu coração de menina, tão jovem, tão sofrida, tão suave.
Ela passeava pelos cantos das cidades no marasmo seco da vida sem mudanças e direções, mas em seu coração de pura inocência tudo ainda era lindo.
Mesmo com a tristeza de ser pequena no mundo grande, não percebia sua solidão, pois olhava sempre para si mesma como uma amiga, a única e inseparável.
Ela é o apoio de si mesma e sua própria mãe e irmã, Lorena é de si a casa e o pai, de si mesma fala verdades e para si conta segredos.
Vive isolada num mundo onde os castelos não têm fadas ou princesas, apenas corredores claros e limpos, vazios. Vive amparada por suas próprias mãos e consolando suas próprias lágrimas.
Quisera eu estar com Lorena, para enchugar seus prantos e encontrá-la em seus devaneios de serena ausência da realidade.
Quisera eu ter essa mesma abstração, quisera eu ser Lorena por alguns instantes.
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1 comments:
Chego a desconfiar da veracidade de Lorena, quem sabe ela não é mais um personagem inventada por sua mente brilhante? Consegue ser feliz sempre, na realidade, sem se iludir... Admirável.
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