Contos de Lorena III

Posted by Dior. on 10:45 AM

Ela das horas é o estigma, das cores a ausêcia e do pranto a delicadesa, fina decência.
Ela têm em suas vestes os tons de uma vida, solitária e agreste, sequer vivida.
Ela, a Senhora dos Rios do Medo, chora calada por entre os becos, por entre as lanças e os rochedos.
Ela detém em si a plenitude da mulher, a ingênua face da criança e a lealdade da jovem, da jovem a esperança.
Ela que quer contar histórias, que inventa memórias, foi criada e desamparada, esquecida por pais, parentes e por glórias.
Ela que não tem nome, ela que ri dos meus poemas, ela que pede uma carta, que envia um coração que nunca estende a mão e sim a alma, calma.
Ela, Menina Abstrata, dispensada das vidas, perdida nas estradas, compridas.
Ela que um dia e todo o tempo eu quis ser, ela que eu quis criar, ela que eu quis esquecer.
Ela de grandeza plena, de mirada serena e força cadena.
Ela, Lorena.

3 comments:

Comment by Dior. on 10:51 AM

Puta Que Pariu!!!
Gente, eu ameeei esse último texto da Lorena... ateh eu me surpreendi comigo mesmo...
To passado...
Adoro as partes que eu coloquei em bold, adoro os trechos finais...
Nossa... to passado...
[meio egocêntrico e narcisista eu mesmo comentar... mas eh q eu fikei mto feliz com o resultados dos "Três Contos de Lorena"]

 
Comment by Anonymous on 6:49 AM

Meu querido! Voce ta se superando, ta surpreendendo a todos nós...e eu como sua admiradora, fanatica,mãezona, tiete, etc, não posso deixar de te dizer que estou de boca aberta com esses posts de Lorena! E mais, gostei do teu comentário aqui, muuuuuito. Amei o teu "Puta Que Pariu!!!", me fez sentir sua explosão de felicidade e vibrei com isso....queria estar do teu lado pra te dar um abraço. Egocêntrico e narcisista????? quem tem brilho não é egocêntrico, é estrela...

 
Comment by Anonymous on 3:19 PM

A resposta chegou quando ela ainda não usava blush. As dúvidas eram um conglomerado, as desilusões dançavam em círculos, o coração temia em acreditar no desumano. A vida mudou. Novamente. Quem sabe, “para sempre”.
A moça que escreve contos ainda é novinha e ousa brincar com a eternidade. Mas é fato que, desta vez, a vida mudou.




A rua, agora, é dela, a opinião é dela, o vestido é dela, o texto é dela, as cores pintadas no rosto são dela. Engraçado, as lágrimas não caem mais.
O cabelo é outra prova da nova menina: a ponta do último fio beira o rim esquerdo - especificado, pois o outro, do lado direito, foi retirado. Ela até poderia cortar o cabelo caso não tivesse motivo algum, sem grilo, nem saudades.

Ah como a jovem escritora é encantadora. Ela é capaz de caminhar para além do que se vê: quando se senti incomodam ela sobe. Não voa, nem levita. Sobe. Como um balão.
Esbarra no poste de iluminação pública e segue, assim como fazia tão pequenina, pintando a vida com a própria mão. Suja de felicidade.
É com essa simplicidade que ela se esvazia das cores pré-programas. Sim, ela mudou.





Quando se vê o luar nas margens do Ribeirão Sertãozinho, a jovem escritora não fecha os olhos. Lá fora o barco a espera: Nilo, Tocantins, Mississippi, Congo, Sena, Iguaçu.
Adeus, minha amiga. Queria um dia lhe encontrar com aí.
Ela é intensa, ela pode não ser Lorena. É impossível reconstruir a moça que escreve contos “puta que pariu”, mas, atrevida como ela é, compartilho aqui parte de outra divindade. Espero não ter ofendido.