Freak World

Posted by Dior. on 3:42 PM comments (9)

Tantas vezes eu sonhei com um mundo diferente.
Um mundo onde as mulheres não fossem azuis e os homens não tivessem asas tão grandes.
Como seria o mundo onde os elefantes não voam? Sinceramente não os imagino no chão, parece até engraçado.
Já imaginei casas umas em cima das outras, como de formigas, mas parecidas com caixas, pois cansei dessas casas submerças na àgua, isso é muito tedioso, e ver os tubarões e baleias passando pela janela é muito chato, me sinto numa fazendo, odeio esses vira-latas.
Pois no meu mundo o céu seria azul e as guerras existiriam de verdade, mas não com lasers ou canhões de calor, mas sim com bombas e armas de fogo, como nos filmes de ficção.
E também choveria água e não brumas, aposto que seria a visão mais linda!
Lá eu não teria que passar horas e horas nas aulas de flutuação, odeio voar no ar, envez disso eu ficaria em aulas com cadeiras pra se sentar, não seria mais confortável?
E sim, no meu mundo as pessoas iriam se decepcionar com o amor, como acontece aqui, mas jamais desistiriam de encontrá-lo, como eu fiz.
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Moral da história: nunca nos contentamos com o que temos, e a culpa é só nossa.

Aquela Moda...

Posted by Dior. on 10:45 AM comments (3)

Não entendo o por quê de todos quererem estar a frente da moda, ou pior, se recusam a estar na moda.
É deprimente pensar que a maioria do povo dito fashion e hype quer usar coisas que ninguém em seu tempo usa, pra mim é certo que se arrependerão depois.
Imagine só se as pessoas dos anos 60 não quizessem usar aquela moda? Que graça teria toda aquela saia rodada e aquele Yeah Yeah Yeah?
Pior ainda seria se seus pais tivessem negado a moda dos anos 70, recusar-se a usar aquelas calças e cabelos pra mim parece o cúmulo, pois é tudo o que todos queriam voltar no tempo pra viver, usar e sentir.
Tenho certeza de que se eu tivesse, na década de 70, me negado a usar aquela moda e partido para uma coisa mais anos 80 [a moda mais grotesca] estaria profundamente arrependido, pois não fui como o todo, num momento onde moda era atitude de verdade, onde moda era pensamento e protesto.
Por isso não me nego a usar o que hoje todos usam, pois sei que se o fizer, posso me arrepender mais tarde, me arrepender de não ter participado dessa maneira brega de dizer eu vivo no ano 2000.
Por isso use a moda do momento, mesmo que de vez em quando, para que depois quando for ver as fotos já antigas, possa dizer: Sim, eu realmente vivi minha década de ouro.

Sex and the Virtual City

Posted by Dior. on 11:14 AM comments (5)

Estava eu a conversar com um amigo de internet, quando ao entrar em seu blog defronto-me com a mesma questão que todos já nos fizemos: Relacionamentos virtuais podem existir na vida real?
Há muito sobre o assunto, e todos temos opiniões diferentes, mas pra mim, um viciado no mundinho nerd da virtualidade, eles já deram certo sim.
Meu primeiro namorado eu conheci num chat, ficamos 4 meses e ele foi um babaca.
Meu segundo e último namorado eu também conheci aqui, no Orkut [que se tornou uma armadilha pros corações] e este não foi O babaca.
Aliás, quem tem essas ferramentinhas de possessão de mentes denominadas Orkut, msn, blog, flog etc, com certeza já se apaixonou por alguém que no mímimo morava ha 200km de sua casa.
E essa é a causa da depressão, pois além dessa paixonite ser incontrolável, gente legal mora looonge, e nunca vem pra perto.
Só não podemos perder as esperanças, pois se relacionamentos de vida real machucam depois de um fora, relacionamentos virtuais machucam pois dificilmente se tornam reais.
Basta você escolher como quer sofrer, pois cá entre nós, não acredito que algum relacionamento, real ou surreal, possa terminar bem. Ainda mais para os gueis.
Mas não desista e boa sorte!

Rock Star

Posted by Dior. on 5:46 PM comments (6)

Ele não era como os outros, apenas esnobe e passageiro, não.
Era a figura perfeita, de olhar lânguido e fugáz, dominava qualquer um na multidão.
Não apenas por se bonito, mas por ter esse carisma estelar.
E como todas as estrelas, ele não tem os pés fixos no chão.
Sempre pegava um avião e ia para outros lados do mundo, deixava tudo pra trás, menos a banda e sua guitarra reluzente.
Eu por vezes pensei em pedir pra me levar junto, ainda quero conhecer tudo que ele tem pra ensinar, pois não foi tempo suficiente.
Mas não é assim que funciona, pois quando a pessoa é livre como ele, ninguém pode ir atrás, ele vive pra voar.
Era um Rock Star que eu conheci, tão sincero que dói, tão lindo que insulta, tão amigo que... tão amigo, que pra não me machucar se foi.
E não volta, nem se eu pedir ou chorar...
E não consigo conter essas gotinhas de memória salgada.

Hot Motel

Posted by Dior. on 8:25 PM comments (3)

Nada além de um sorriso sobre minha face. O corpo desnudo.
Minha pele branca com algumas manchas que doem e muitas cicatrizes, algumas interiores, psicológicas, mas elas são meu escudo e minha morte.
Pois sou devassa, sou a fúria no corpo da menina, vadia.
Não tenho vergonha, assumo o que sou e isso me dá orgulho.
Mas me deixa solitária, as noites entregues ao dinheiro. Estranhos, que sorvem meu veneno e se alimentam dele.
Eu sou o veneno e a inquietação, por isso quem eu amo não me ama, o que nutre os outros o reprime. E não penso ter o direito a essa coisa de amor.
Ageito meu cabelo me olhando no espelho quebrado desse motel, minha face manchada de desgosto, mas antes de tudo acontecer eu queromais, e tenho o que quero, tenho os corpos sob meu domínio e sou Senhora. Sou a vilã Dominatriz, às vezes a dama indefeza ou a ninfeta sempre virgem.
Conheço bem essas onze paredes vermelhas. O espelho que distorce a forma.
A televisão nos canais que ninguém assiste.
Borram meu baton, todas as noites.
Estou suja mas de alma lavada, o corpo imundo e grudento mas eu quero assim, sou a vergonha e a desgraça.
Mas assim compro calças caras. E conheço lugares.
Meu coração as vezes se aperta. Mas não me importo. Por que me importaria comigo já que jninguém se importa?
Agora vou pra casa, dormir antes que o sol reapareça, ajudar minha mãe na cozinha, ir pro colégio, fingir que sou normal, fingir que tenho apenas 14 anos e sou uma boneca de porcelana.

O Homem Capital

Posted by Dior. on 1:49 PM comments (3)

Passando pelas ruas do centro escuro, percebi um homem que usava uma venda. Signo de alienação e realidade. Lá estava ele, os braços trêmulos e a boca em dentes serrados, fitando-se num espelho quebrado, com vendas nos olhos, negras vendas mendigas.
Ele não tinha o sangue nobre.
Sequer falava alemão ou francês, não pensava em futuro ou passado. Apenas em vingança.
E suas obras, falanges da não vida, eram consagradas em sangue e féu. Tinha o tormento de ser esquecido, largado, no mundo que cruelmente - e sem saber - escolheu para morar, morrer.
Nuvens negras ou dias claros, sempre tinham o mesmo tom cinza apocalíptico e o sol para suas retinas escondidas se confundia com relâmpagos.
Era triste o existir desse homem, que vivia por vingar-se dos autores de sua própria desgraça, ele mesmo. Frio e vazio. Sem sentido como palavras amontoadas por desgostos, sua vida sem horizonte mirava o chão duro e baço em que pisava.
Não sabia por quê, nem o quê queria vingar ao certo, sua teimosia o cegara, sua ilusão o inundava de rancor fazendo-o esquecer suas motivações e seguir apenas os instintos.
Parido nas entranhas da anarquia, vive o homem mais triste do mundo, o homem dos mil olhos vendados.

Contos de Lorena III

Posted by Dior. on 10:45 AM comments (3)

Ela das horas é o estigma, das cores a ausêcia e do pranto a delicadesa, fina decência.
Ela têm em suas vestes os tons de uma vida, solitária e agreste, sequer vivida.
Ela, a Senhora dos Rios do Medo, chora calada por entre os becos, por entre as lanças e os rochedos.
Ela detém em si a plenitude da mulher, a ingênua face da criança e a lealdade da jovem, da jovem a esperança.
Ela que quer contar histórias, que inventa memórias, foi criada e desamparada, esquecida por pais, parentes e por glórias.
Ela que não tem nome, ela que ri dos meus poemas, ela que pede uma carta, que envia um coração que nunca estende a mão e sim a alma, calma.
Ela, Menina Abstrata, dispensada das vidas, perdida nas estradas, compridas.
Ela que um dia e todo o tempo eu quis ser, ela que eu quis criar, ela que eu quis esquecer.
Ela de grandeza plena, de mirada serena e força cadena.
Ela, Lorena.